Vida sintética
Notícia: Avanços na tecnologia de manipulação genética permitirão, nos próximos meses, fabricar DNA em laboratório e torná-lo "autônomo" do ponto de vista evolutivo.(Folha de São Paulo, Mais!,16/08/2009)
Ainda existe quem questione o evolucionismo de Darwin e já se fala num evolucionismo sintético!
Tudo acontece tão rápido! Faz pouco tempo e nos admirávamos com os primeiros bebês de proveta, com a inseminação artificial.
Star treck já não me parece tão absurdo, assim como Frankstein, que hoje seria facilmente montado, sem aquelas costuras mal feitas que aterrorizaram os expectadores do cinema e povoram a imaginação dos leitores de Mary Shelley.
Onde a literatura ? Onde a ficção? Onde o científico? Impossível separar tudo, impossível ignorar as tangências. Isaac Asimoc escreveu, há 59 anos, Eu, robô, que deu origem ao filme de imenso sucesso, visto nos cinemas em 2005 e hoje, repetido nos canais de TV a cabo. Ontem vi, ou revi, O homem bicentenário, estrelado por Robin Willians, criado a partir de um conto de Azimov: Lado a lado. Após ler a notícia da Folha de São Paulo, o filme já não me parece impossível, nem que o homem tenha em seu corpo partes cibernéticas, que lhe permitam viver dois séculos! Quanto tempo levará para que homens e máquinas sejam semelhantes na aparência? No mesmo jornal leio sobre as oficinas , que estão originando centenas de novos escritores, candidatos a autores da nova literatura. Autores fabricados, como o DNA, que darão origem a deus-sabe que tipo de textos, que literatura.
Não é mais tempo para discussões sobre o natural ou o artificial. É tempo de viver a vida, de forma natural, infestados pelo vírus do bovarismo, esperando que, quando necessário, haja um órgão artificial, que possa ser costurado a nosso corpo, delicadamente, para que possamos ser homens e mulheres centenários e, mais uma vez, a vida imitar a literatura.