quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Mês da gripe

Dizem que a arte imita a vida, mas nos dias de hoje, a vida parece imitar a arte.
Faz mais de seis séculos que Bocaccio escreveu o Decamerão, mas a obra nunca foi tão atual. As escolas suspenderam as aulas, as pessoas evitam aglomerações e, de preferência, reunem-se em pequenos grupos(10 pessoas, por exemplo...) ao invés de ir a um bar ou a uma boate. Se não houvesse a TV, o computador, talvez tivéssemos novo Decamerão, outras cem histórias, contadas à roda da fogueira(?), ou junto ao jardim...
Acabei de receber um e-mail, falando sobre os números catastóricos da gripe suína, que parece se espalhar sem que a possam deter. Esse e-mail me fez lembrar outro livro, mais recente, mais próximo a mim: O mez da grippe, de Valêncio Xavier, o Frankstein de Curitiba....Nele, há duas vozes: a oficial e a da oposição. A oficial diz que não havia doença em Curitiba (o e-mail que recebi fala sobre a manipulação dos dados pela secretaria de saúde) e a oposição noticiava a falta de caixões em Curitiba (não chegamos a esse ponto, mas sabe-se que há mais mortes- cerca de 120- do que as anunciadas- 31).
Estranho é que os dois autores partiram da vida para a ficção, e esta agora retorna a sua origem: repete-se o quadro imaginado ao se ler as obras...
Resta, como em Decamerão, esperar o tempo passar, para que a ameça acabe e se possa retornar à vida normal... Resta esperar que tenhamos a oportunidade, um dia, de conhecer uma "Dona Lúcia", que possa nos contar o que realmente aconteceu, sem informações manipuladas, para que possamos conhecer os números deste novo mês da gripe.....

1 Comentários:

Às 21 de outubro de 2009 às 20:03 , Blogger Unknown disse...

Nossa, Catia! Eu nao gostei do Mez da grippe quando li, mas acho que depois disso, preciso olhar com outros olhos. Talvez agora eu consiga achar alguma ligacao, que me faltou na epoca.

 

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