Diga-me, espelho meu....
Na história de Banca de Neve, a bela rainha, ao consultar seu espelho mágico, ouve aquilo que não queria: Tu és bela, mas Branca de Neve é mais bela ainda!
Estava feita a confusão! Mulher nenhuma gosta de saber que não é mais considerada bela, ou não é mais vista como "a mais bela". Não me surpreende que tenha enlouquecido! Além de perder o trono da beleza, perder para a enteada, rival do amor e da atenção do rei...
Meu rei já não vive, não tenho amor por que lutar, mas como a bela rainha,ressinto-me com o espelho, que teima em mostrar aquilo que não quero ver, que teima em esconder a menina que fui e deixar que essa mulher, de rosto tão marcado- diga lá, Cecília Meireles...- se apresente todos os dias, sem que seja solicitada.
Não há razão para mortes, maçãs envenenadas anões a marchar, cantando, em direção ao trabalho...Mas meu coração, que não combina com esse rosto, ainda chora pelo príncipe encantado, que se foi, sem cavalo branco, para nunca mais voltar, e mesmo assim, o espelho, em seu diálogo mudo, insiste em refletir esse rosto, que aponta para a solidão .
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