quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É uma brasa, mora?


Ontem fui ao Teatro Positivo, ver um show da Jovem Guarda. No programa, Renato e seus blue caps, Os Incríveis e Jerry Adriane.

Mais do que balzaquiana, me senti bem à vontade entre aqueles homens carecas, barrigudinhos, grisalhos, animadíssimos, que faziam par com minhas vizinhas de poltrona, igualmente redondinhas, louras (a mulher não fica grisalha) e, em alguns casos, também animadíssimas.
Fiquei imaginando como teriam sido aqueles senhores, há quarenta anos atrás. A toda hora os próprios integrantes dos conjuntos- naquela época não eram "bandas", só a do Chico Buarque...- faziam referência à idade, ao longo tempo de existência da Jovem Guarda..O Sid, do Renato e seus blue caps, fez uma referência pseudo-engraçada à presença de celulites e gordurinhas na plateia; Jerry Adriane se referiu à dificuldade de se movimentar no palco, mas não deixou de atender às fãs e distribuir beijinhos, como nos velhos tempos...Chegou mesmo a receber- além dos gritinhos de Lindo!- presente de 2 fãs...
Os Incríveis foram mais discretos, não fizeram menção à idade, a não ser para contar a história do grupo, que completa 45 anos.
Nada disso, na verdade, fez diferença. O show foi bom. Foi gostoso ouvir as músicas que embalaram meus domingos, quando tinha 13 anos e ía à domingueira com minhas primas e meu tio.Sim, porque naquela época- bons tempos!- moças entre 13 e 15 anos não saíam sozinhas para um baile! E lá íamos nós, atravessando a linha do trem, andando para o Imperial, com o coração batendo rápido, diante da expectativa de mais um baile...Todos eles eram incríveis...
Por isso, quando vi senhoras arredondadas correndo em direção ao palco, máquina fotográfica na mão e brilho nos olhos, quando percebi a dificuldade em se abaixar para fotografar o ídolo, e percebi o tremor das mãosque seguravam as dele entre as suas, sorri e me emocionei.
Era uma emoção verdadeira, como verdadeiro foi aquele tempo, em que nós, meninas e meninos adolescentes, vibramos, dançamos, sonhamos e vivemos, ao som desses homens que povoam nossas lembranças e ontem, numa surpeendente noite quente em Curitiba, estiveram presentes em nossas vidas, numa deliciosa viagem no tempo.

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